Agricultores de Mato Grosso ampliam investimentos em tecnologia para acelerar a segunda safra de milho. A estratégia é para escapar dos riscos previstos de atrasos na janela de plantio e tentar garantir uma boa produtividade na safra 2020/2021.
Na propriedade da família Schneider, no município de Querência, o cultivo está acelerado na área de 1920 hectares. A pressa é para tentar diminuir atraso de dez dias na janela e evitar possíveis perdas de produtividade na lavoura. ” O ano passado foi excelente. As chuvas começaram um pouco mais cedo e a nossa região produziu uma média de 120 sacos. A expectativa esse ano é que a produção vai diminuir um pouco por causa do atraso do plantio”, disse o produtor Olimar Luciano Schneider.
“A cada dia que o produtor perde no plantio corresponde a um saco e meio. Essa perda vem através da falta de luz entrando no inverno em abril , maio, e também por entrar seca e estiagem nesta época do ano. São fatores que vem pesando na agricultura, por isso a necessidade de ser ágil na colheita e o plantio em seguida”, completou Valmir Schneider.
Por isso, o investimento na genética de alto valor agregado, biotecnologia de ponta e manejo de agricultura de precisão estão entre as apostas na estratégia de manejo adotada na fazenda nesta safra. O sistema proporciona híbridos com melhor qualidade nos grãos, alta produtividade e redução nos riscos climáticos.
“O que vem compensando um pouco isso são as empresas de sementes que estão investindo em altas tecnologias, principalmente na precocidade do milho, para compensar esse atraso de plantio”, contou Valmir.
Para o presidente da Aprosoja de Mato Grosso, Fernando Cadore, um conjunto de fatores acaba ajudando o produtor rural na hora de aplicar a cultura. “Tudo é um conjunto e as empresas de sementes são um fator primordial em qualquer safra, em qualquer evolução da nossa cultura. Elas têm papel importante na pesquisa genética e varietal, que proporciona ao produtor materiais cada vez mais adaptados e resistentes para que se consiga continuar mantendo a renda e perdurar na atividade”, disse.
A procura cada vez maior pelo grão para suprir tanto a demanda internacional como o consumo interno como indústrias de etanol de milho e ração animal deixam os agricultores cada vez mais atentos às novas tecnologias. Ganhos em eficiência, qualidade e sustentabilidade de seus negócios geram uma expectativa de melhorar cada vez mais o desempenho da produtividade em campo.
“A gente observa isso nas regiões que são mais tradicionais na segunda safra, onde se trabalha quase a totalidade das áreas e a gente vê que o produtor é mais equipado, tem um pátio de máquinas compatível para executar em uma janela mais curta, tanto na operação de plantio quanto na operação de colheita. É uma estratégia para estar aumentando o potencial da segunda safra e assim viabilizando a estrutura de máquina, mão de obra, e todo o estrutural que uma fazenda tem que a segunda safra ajuda a equilibrar esses custos”, completou o presidente da Aprosoja-MT.
No entanto, a garantia de eficiência das tecnologias disponíveis dependem de alguns fatores que podem fazer a diferença na qualidade e desempenho da produtividade e rentabilidade no campo. “Em primeiro plano o produtor tem que pensar na fertilidade de solo, antes mesmo da genética, pois a fertilidade é o que faz resistir um veranico, a terra precisa estar com uma boa saturação, com magnésio equilibrado. A parte de máquinas é outra, e variedades também, e obviamente o ciclo é importante nesse contexto porque,dependendo do ano e da adversidade climática, quanto mais rápido o ciclo é, mais difícil recuperar de um estresse hídrico, ou de um veranico, então o produtor tem que saber o que está fazendo, saber o tipo de solo que ele está implementando a cultura e cada um sabe a realidade que está inserido”, concluiu Cadore.
Fonte: Canal Rural