A crescente demanda mundial por alimentos faz com que a busca por tecnologia no campo também seja grande por parte dos produtores rurais. Os equipamentos, as máquinas agrícolas, sementes e defensivos precisam cada vez mais ser eficientes. A pontuação é do vice-presidente da New Holland Agriculture América Latina, Rafael Miotto. Em passagem por Mato Grosso, ele afirma que o Estado é visto com bons olhos pela montadora, não apenas por necessitar de maquinários na agricultura e pecuária, mas também pela mesma acreditar que há muito a se consolidar em termos de potencial. Questionado sobre o Fundo Estadual de Transporte e Habitação, o Fethab, que está gerando novamente uma briga entre setor produtivo e Governo do Estado, Miotto afirmar está na hora do Poder Executivo “colocar a mão na consciência” no nível de capacidade de trabalho do setor privado e que não se pode fazer algo que venha afetar a competitividade.
Mato Grosso até o dia 18 de janeiro havia colhido 12,33% da soja e semeado 6,61% da 2ª safra de milho e 27,37% do algodão referente a safra 2018/2019. Apesar do bom andamento dos trabalhos com a soja há relatos de perdas diante o veranico registrado em dezembro em algumas regiões do Estado.
Rafael Miotto e uma equipe da New Holland Agriculture estão percorrendo algumas regiões brasileiras, já tendo passado pelo Paraná e Mato Grosso do Sul. Na última semana estiveram por Mato Grosso e em entrevista ao site Mato Grosso Agro o vice-presidente da New Holland Agriculture América Latina afirmou que momento vivido pelo Brasil leva a montadora a enxergar “uma nova tendência muito interessante”.
“As mudanças são mudanças que eram de certa forma um desejo da maior parte dos agricultores”, frisou Miotto ao Mato Grosso Agro.
Questionado sobre as perspectivas para a safra 2018/2019 Miotto declarou que já se sabe que não será igual, de recordes, como verificado no ciclo anterior, contudo, em relação ao mercado de máquinas a tendência, segundo ele, é de 2019 ser um ano “positivo”.
A perspectiva positiva para a comercialização de máquinas, em especial para os próximos anos, é decorrente a “demanda por alimentos, a necessidade cada vez maior de produtos, então a gente acredita que haverá uma crescente nos próximos anos se não houver nenhum tipo de freio ou dificuldade externa, alheia a própria economia e demanda da agricultura”.
Demanda por tecnologia
Conforme o vice-presidente da New Holland Agriculture América Latina, a cada dia cresce também a tendência por tecnologia. “Uma coisa que está acontecendo também na agricultura é uma pressão de custo. O agricultor tem que ser cada vez mais eficiente. Ele tem que reduzir o custo operacional dele, controlar melhor seus custos para poder ter a garantia da rentabilidade independente do clima e isso passa muito pelas máquinas”.
Miotto frisou ao Mato Grosso Agro que “as máquinas possuem papel fundamental. A tecnologia embarcada, a tecnologia do escritório, ela vai ter uma demanda aceleradíssima na nossa opinião”. Ele ainda destacou que “quanto mais tecnologia que reduz o custo de operação, melhor é a eficiência da operação e mais investimento é feito por nós”.
Mato Grosso na visão da New Holland
Mato Grosso para a New Holland é considerado um mercado “importante”. De acordo com Miotto, não apenas pelo fato de ser o principal produtor de grãos e carne vermelha do Brasil, mas sim por ser um Estado que “tem ainda muito para consolidar em termos de potencial”.
“Nós investimos muito nos últimos anos na renovação da nossa rede de concessionários, por exemplo. Investimentos bastante em novas lojas por acreditar que esse Estado ele não é só importante como tem muito para consolidar em termos de potencial. Ele só vai crescer mais e mais. Então, é um Estado altamente estratégico para a nossa empresa”.
Questionado ainda pela reportagem do site Mato Grosso Agro quanto a discussão em cima do Fethab, que novamente é motivo de embate entre produtores rurais e Governo de Mato Grosso, Rafael Miotto afirmou que é preciso cuidado para que o Estado não perca a competitividade (mercado) e não ocorra o mesmo visto na Argentina há alguns anos.
“É hora de colocar a mão na consciência o setor público em relação ao nível de influência que tem a capacidade de trabalho do setor privado. Eu entendo que existem questões do governo estadual, dificuldades pelas quais está se discutindo essa possibilidade, porém isso não pode ser feito de nenhuma maneira que afete a competitividade com a influência de custos inesperados. Nós temos aí um exemplo da Argentina, onde durante muitos anos vimos os produtores rurais perdendo competitividade diante as altíssimas taxações em seus momentos áureos.
Na terça-feira, 22 de janeiro, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) apresentou um substitutivo integral ao projeto de lei que altera o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) que havia sido encaminhado pelo Governo no início de janeiro. O substitutivo em questão apresenta ajustes quanto à proposta original sobre as alíquotas da comercialização de commodities e operações de exportação por diferentes ramos do agronegócio, entretanto a previsão de arrecadação segue a mesma de R$ 1,465 bilhão apresentada pelo Governo de Mato Grosso, ou seja, um aumento de aproximadamente R$ 500 milhões por ano se comparado ao Fundo que estava em vigor até então.